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segunda-feira, 10 de março de 2025 às 12:44

Noite no Bahrain
Colaboração: Flavio M Peres
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Há tempos uma pré-temporada não mexe tanto com a cabeça dos aficionados. Ainda que a McLaren tenha se saído ligeiramente melhor nos testes (poucos e atípicos) no Bahrain, ao que parece, vai ser tudo muito disputado entre as quatro atuais principais equipes da categoria. E, não se engane, ninguém ficou dormindo sobre o que aconteceu nos testes, e o que vimos e analisamos ali não é mais exatamente o que vamos encontrar no GP da Austrália.
A título de exemplo, vejamos Fernando Alonso, apesar de sua equipe ter decepcionado nos testes e andado pouco. O espanhol se diz muito ansioso para ver como o carro se comporta no final de semana da Austrália. Percebem que há a revelação e expectativa de uma grande evolução no pouco tempo até o GP? Claro, Adrian Newey começou a trabalhar oficialmente na equipe e com aqueles dados em mãos. A esposa do projetista já declarou que espera vê-lo daqui a 05 (cinco) anos, logo depois dele ter pedido para Lawrence, um espaço para dormir na fábrica…
O Autoracing mencionou, falando dos tempos na Red Bull, que Newey era especialista em resolver problemas em um carro novo: agora está em outro time… Enrico Cardile foi pego com a mão na massa, teve problemas, não poderá fazer mais até julho, porém, já deu importante participação no carro… Então, não se assustem, se estivermos falando de 05 (cinco) equipes brigando pela ponta na Austrália. Aliás, parece mais lógico a Aston Martin tentar ganhar o campeonato deste ano, principalmente com o que virá após o GP de Barcelona, do que a loteria do ano que vem.
Inteligência Artificial já é uma realidade na categoria. Para desenvolver tudo em um carro. Ainda não é o fator mais decisivo, porém, é um grande passo à frente. Williams, Alpine e Haas evoluíram muito e se aproximaram do bloco da frente, especialmente as duas primeiras – seus carros possuem boa dirigibilidade e tracionam bem, não se tratando meramente de tempos obtidos com carros mais leves. E a AI efetivamente parece ter muito a ver com isso, mesmo não tendo alcançado as equipes da frente por enquanto. Entretanto, Carlos Sainz andou reclamando que precisava de mais treinos na pista para desenvolver o carro, reunir mais dados, até para encontrar mais 02 (dois décimos) que já seriam possíveis naquela máquina: a experiência real, e os dados coletados a partir dela, ainda são aquilo de mais importante.
Piastri vai querer vencer em casa, por todo o óbvio. Então, a luta fratricida da McLaren promete uma boa diversão logo de cara. Hamilton, Russell (e o próprio Piastri, como vimos no último GP), não vão abrir um milímetro para as ousadias de Verstappen, e, claro, eles estarão adoravelmente próximos no GP da Austrália. O carro da Red Bull anda nos trilhos, mas as fotos do fluxo de ar pelo seu carro preocupam…
Hamilton ventilou a hipótese dele e Leclerc constituírem a melhor dupla da história da F1. Sem parar pra pensar muito, Senna & Prost; Emerson & Peterson; Stewart & Cevert, foram duplas mais interessantes e melhores. A idade chegou para Hamilton, e, provavelmente, sua percepção do monegasco ser seu maior desafiante até aqui, não reflete quem já foi, mas quem é atualmente – o que, aliás, não é pouco, tem incontáveis recursos, bem como Leclerc efetivamente possui grandes qualidades e aproveitará ao máximo dividir a equipe com um gênio da história da categoria.
Gabriel Bortoleto
Bortoleto e Hulkenberg estão enrolados: o carro é horrível pelo que vimos até agora. E, ainda que estejam menos piores no GP, devem cair já no Q1. Bortoleto, assim como Piastri, tem uma evidente condição mental privilegiada. O rapaz aprende rápido, é equilibrado e muito inteligente. Vai ser capaz de vencer Hulkenberg durante o ano, até porque o alemão não é mais o mesmo: vai ser importante para o desenvolvimento da equipe, tem muita técnica (aquele estilo redondinho é ótimo para as 24 horas de Le Mans…), mas a faca nos dentes já não está ali… Bortoleto andou fazendo umas velocidades máximas interessantes no teste, e achei que era carro com pouca asa. Mas vi um “corte” por aí, dele fazendo a “curva chave” e a abordagem dele era simplesmente genial e inovadora: levei um susto e tive de “desbugar” o cérebro para compreender aquilo. Tenham paciência com o menino: o resultado não virá de cara, mas ele será um dos grandes da F1 em alguns anos.
Flavio M Pares
Poços de Caldas – MG
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