Presidente da FIA pode ser processado por dirigente britânico

Mohammed Ben Sulayem e David Richards

A FIA está se afundando mais em controvérsia, já que David Richards, presidente do Motorsport UK, emitiu uma carta aberta ameaçando processar a federação e seu presidente Mohammed Ben Sulayem.

Richards, bem conhecido no paddock da Fórmula 1, descreve isso como uma “erosão da responsabilidade e do bom governo” após uma recente reunião do Conselho Mundial de Automobilismo (WMSC) onde ele e Robert Reid, vice-presidente de competição da FIA, foram impedidos de participar após se recusarem a assinar um rigoroso acordo de não divulgação (NDA).

A FIA alegou que o NDA era uma prática padrão para proteger a confidencialidade, mas a carta de Richards, publicada na revista online do Motorsport UK, pinta um cenário totalmente diferente.

“A gota d’água veio quando o presidente tentou impor o que equivalia a uma ordem de silêncio aos membros do WMSC, apoiada por ameaças de multas imediatas de 50.000 euros por qualquer violação”, escreveu ele.

Ele acusou Ben Sulayem de renegar promessas de transparência e liderança passiva feitas durante sua campanha eleitoral de 2021, acrescentando: “Nos últimos três anos, houve uma falha clara em cumprir essas promessas, com a situação piorando progressivamente”.

A ameaça de Richards levanta novas dúvidas sobre a legitimidade das decisões tomadas na reunião de fevereiro, incluindo uma nova regra que exige estratégias de duas paradas para o GP de Mônaco de 2025.

A agitação ocorre em um momento crucial para Ben Sulayem, que enfrenta um desafio potencial nas eleições presidenciais da FIA programadas para dezembro. Há rumores cada vez mais intensos de que Susie Wolff, chefe da categoria feminina F1 Academy e esposa de Toto Wolff, pode concorrer contra ele.

A especulação ganhou força depois que Damon Hill, campeão mundial de F1 em 1996, a endossou publicamente, dizendo no Instagram que ela seria “perfeita” para o cargo.

A potencial candidatura de Wolff segue um amargo confronto com Ben Sulayem em 2023, quando ele lançou uma curta investigação de conflito de interesses sobre ela e seu marido – algo que ela classificou como “intimidador e misógino” antes de registrar uma queixa criminal contra a FIA na França.

A revista italiana Autosprint sugeriu que a investigação foi um ataque preventivo de Ben Sulayem, ciente das supostas ambições presidenciais de Wolff.

Um porta-voz da FIA rejeitou o último alvoroço, insistindo que o NDA foi “esmagadoramente apoiado” por outros. No entanto, a carta de Richards sugere que uma revolta mais ampla pode estar se formando, com o chefe do Motorsport UK lamentando um “êxodo de membros seniores e oficiais voluntários” sob o reinado de Ben Sulayem.