Mercedes e McLaren querem melhorias no regulamento da F1 de 2026

Toto Wolff

O CEO e chefe da equipe Mercedes, Toto Wolff, disse que as regras de chassi propostas para F1 2026 “simplesmente não estão boas o suficiente ainda” depois que a FIA revelou o regulamento no GP do Canadá.

A temporada de F1 2026 marcará uma nova era para a F1 com mudanças radicais no regulamento de motores e também de chassis destinadas a revolucionar o esporte.

Toto Wolff diz haver espaço para melhorias nas regras de 2026

Mudanças no motor resultarão em uma potência de 50% para o motor de combustão interna e 50% para a parte elétrica da unidade de potência, com a F1 também passando para combustível 100% sustentável.

A F1 também deverá adotar a aerodinâmica ativa – asas dianteiras e traseiras efetivamente móveis – com a FIA pretendendo produzir um carro mais “ágil” para 2026, com uma redução de peso prevista de 30 kg apenas.

O anúncio das novas regras foi recebido com uma resposta no máximo morna em Montreal, com uma série de figuras de destaque questionando se uma perda de peso de 30 kg é alcançável e sugerindo que as novas regras são complexas demais.

Análise: mudanças nas regras do F1 2026

A Mercedes tem sido amplamente cotada para capitalizar as regras da F1 2026, tendo embarcado em um período de domínio – resultando em um recorde de oito títulos consecutivos de construtores e sete de pilotos divididos entre Lewis Hamilton (seis) e Nico Rosberg (um) – após a introdução da era híbrida V6 em 2014.

Wolff declarou-se satisfeito com o regulamento de motor, mas reconheceu que as regras do chassi precisam de mais melhorias.

“O regulamento já foi decidido do lado da unidade de potência, acho que isso está bastante claro”, disse ele aos repórteres.

“Do lado do chassi, a FIA e as equipes concordam que precisamos otimizar o regulamento porque o desempenho em termos de custos não é suficientemente bom ainda.”

“Dito isto, tenho certeza de que podemos conseguir isso.”

Andrea Stella

Os comentários de Wolff foram feitos depois que Andrea Stella, chefe da equipe McLaren, destacou as regras do chassi como um ponto fraco do pacote de regulamentos da F1 2026, com os carros muito rápidos nas retas e não rápidos o suficiente nas curvas.

Ele disse: “Quanto à McLaren, estamos de acordo e apoiamos a intenção e os objetivos de alto nível que foram declarados no comunicado de imprensa da FIA.”

“No entanto, se olharmos para o regulamento na versão preliminar que foi distribuída, ele ainda está longe de ser capaz de atingir os objetivos e intenções aceitáveis.”

“Portanto, é hora de a FIA, a F1 e as equipes trabalharem juntas, ouvirem umas às outras e contribuírem para formar uma solução que permitirá ao esporte atingir esses objetivos.”

“Acho que se atingirmos esses objetivos, teremos a Fórmula 1 em boa forma, mas precisamos ter certeza de que, quando chegar o momento da implementação, entregaremos realmente um produto que atenda a essas metas e objetivos.”

“Eu diria que neste momento, da forma como os carros estão na versão preliminar das novas regras – e precisamos dizer ‘rascunho’, porque como dizemos, há muito trabalho a fazer – os carros não são rápidos o suficiente nas curvas e muito rápido nas retas, então esses dois aspectos precisam ser reequilibrados.”

“Acho que as principais lacunas estão no Artigo 3, que é o regulamento aerodinâmico. E a segunda preocupação é que ainda acho que a forma como as unidades de potência estão planejadas para serem utilizadas precisa ser ajustada.”

“Ainda podemos alcançar um conceito 50-50 divisão entre o motor de combustão interna e a parte elétrica elétrico, o que é um bom conceito, mas pode ser alcançado de uma forma que não coloque tantos dos nossos requisitos no lado do chassi.”

“Portanto, acho que do ponto de vista da unidade de potência e também do ponto de vista do chassi, é hora de todas as partes entenderem que precisam contribuir para o sucesso do esporte.”