Marko e Wolff levantam preocupações com o calendário

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024 às 9:42

Helmut Marko e Toto Wolff

Helmut Marko e Toto Wolff compartilham a opinião de que a Fórmula 1 não pode expandir ainda mais seu calendário.

O campeonato tomou medidas para regionalizar o calendário nos últimos anos, mas com a temporada aumentando para 24 etapas – incluindo seis corridas curtas – muitos sentem que o paddock está no limite.

Tanto Marko quanto Wolff concordam que algo precisa mudar, apesar de Stefano Domenicali, CEO da F1, defender firmemente o calendário atual.

O consultor da Red Bull foi rápido em reconhecer que o estresse colocado sobre ele é insignificante em comparação às expectativas sobre os mecânicos, argumentando que equipes divididas podem ser necessárias daqui para frente.

“Acho que está no limite e agora sou apenas parte do alto gerenciamento”, disse Marko à emissora austríaca ORF em uma entrevista conjunta com Wolff.

“É preciso olhar para os mecânicos, como durante o GP de Las Vegas. Aquela corrida foi realizada tarde da noite, depois de um voo de 14 a 16 horas, e eles tiveram de continuar no mesmo ritmo”.

“Se quisermos manter essas 24 corridas no calendário, a ordem realmente precisa melhorar. As pessoas estão voando para o mundo todo, assim são as coisas”.

“Porém, se você me perguntar, mais (corridas) não são boas, mesmo olhando a carga de trabalho. A menos que você comece com duas equipes”.

“A distribuição das corridas precisa ser equilibrada. Você tem provas europeias tradicionais e também novas que são boas, mas carecem de uma certa cultura de automobilismo”.

“Corridas em Spa ou Monza, por exemplo, têm essa cultura, mas é assim que precisamos manter o equilíbrio. Entretanto, aumentar (o número) não é permitido, se depender de mim”.

Um ponto particularmente controverso é a rodada tripla de encerramento da temporada, que exige que o paddock se mude de uma corrida noturna em Las Vegas para o Catar antes da final em Abu Dhabi.

Wolff reiterou as pressões envolvidas, baseando-se em suas próprias experiências, incluindo o final “realmente brutal” do ano.

“Falei com Helmut outro dia sobre Las Vegas”, declarou o chefe da Mercedes. “Foi realmente brutal porque você só vê algumas horas de luz do dia antes de ir para a cama e não sabe quando comer”.

“Cada um lidou com isso de uma forma diferente, mas isso afeta tanto seu ritmo que é difícil se recuperar. Sem mencionar o voo!”

“Outro dia, tive um evento de patrocinador no Havaí. Fiquei lá por um total de 18 horas. Vim de Austin em um voo que levou sete horas, e depois voltei para Austin”.

“Isso tudo parece ótimo, mas quando você está sentado no seu hotel sabendo que precisa ir a um evento e não pode simplesmente ir à praia, a situação de repente se torna bem menos divertida”.

“Eu já achava isso cruel, então, como Helmut diz, tudo está além do limite e nós ainda viajamos confortavelmente”.

“Os mecânicos viajam na classe econômica e estão constantemente subindo e descendo, então eles têm ainda mais dificuldades. Você pode ver por todos os rostos que não vai durar muito assim”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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