FIA proíbe frenagem assimétrica nos carros de Fórmula 1

sexta-feira, 9 de agosto de 2024 às 19:35

Sistema de freios F1

No dia 31 de julho, portanto, apenas 9 dias atrás, a FIA emitiu modificações no regulamento que entrará em vigor a partir do próximo GP no final de agosto em Zandvoort, Holanda. Enquanto no lado esportivo são detalhes relativamente pequenos, na frente técnica, um detalhe em particular, merece reflexão.

A modificação em questão diz respeito ao Art. 11.1.2 (“Sistema de freio”), que agora diz: “O sistema de freio deve ser projetado de modo que, dentro de cada circuito, as forças aplicadas às pastilhas de freio sejam da mesma magnitude e atuem como pares opostos em um determinado disco de freio. Qualquer sistema ou mecanismo que possa sistematicamente ou intencionalmente produzir torques de frenagem assimétricos para um determinado eixo é proibido.”

Mas o que é uma força de frenagem assimétrica?

A FIA proibiu explicitamente a instalação de sistemas em carros que podem criar força de frenagem assimétrica. Mas o que exatamente significa força de frenagem assimétrica e o que ela faz?

Como é bem sabido, os carros atuais de Fórmula 1 podem ajustar o equilíbrio de frenagem entre os eixos dianteiro e traseiro, alocando assim mais pressão exercida no pedal do freio (e consequentemente força de frenagem para as rodas) para um dos dois eixos, mas não para uma única roda em particular.

McLaren 1997: o “brake steer” com o terceiro pedal

No entanto, no passado, alguns encontraram uma solução brilhante para fazer uma roda do mesmo eixo “frear mais”, particularmente o eixo traseiro.

Era o “brake steer” (depois renomeado por Ross Brawn como “fiddle brake”) que a McLaren introduziu no segundo semestre de 1997. O sistema, através do famoso terceiro pedal, permitia que os freios traseiros maximizassem a carga de frenagem em uma das duas rodas traseiras. A vantagem era evidente: ao reduzir significativamente a velocidade da roda traseira interna em comparação com a externa, ela agia como um pivô, ajudando o carro a “curvar” e reduzindo o subesterço (saída de frente), com muito mais velocidade e aceleração na curva.

Uma equipe de ponta na mira

A esta altura, pergunta-se por que a FIA decidiu prosseguir diretamente com uma modificação do Regulamento Técnico durante o ano ao invés de simplesmente emitir uma diretiva técnica.

De acordo com a mídia italiana, uma das principais equipes provavelmente estava impulsionando o desenvolvimento nessa direção, sem ainda ter realmente implementado qualquer sistema desse tipo no carro. A Federação pode ter sido avisada sobre o problema e agido prontamente para esclarecer uma área particularmente cinzenta do regulamento.

AS - www.autoracing.com.br

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