FIA explica como funcionará a aerodinâmica ativa

sexta-feira, 7 de junho de 2024 às 11:08

Fórmula 1

Jason Somerville, chefe de aerodinâmica da FIA, forneceu uma explicação detalhada sobre como a aerodinâmica ativa funcionará em 2026, com os chamados modo-X e modo-Z devendo revolucionar a Fórmula 1.

O novo regulamento foi anunciado na quinta-feira e o foco mudará para a melhor forma de explorar as novas regras aerodinâmicas no início de 2025. Até lá, as equipes não estão autorizadas a trabalhar nesse aspecto da próxima geração de carros.

O que sabemos é que a aerodinâmica ativa será incorporada no regulamento, com as asas dianteira e traseira se alternando entre duas configurações. Isso dependerá se o carro está em uma curva, se aproximando dela ou em uma reta.

A asa traseira funcionará de uma forma não muito diferente de como o DRS funciona agora, mas como o modo de baixo downforce estará disponível para todos, independentemente de quão perto o piloto esteja do carro da frente, ele não será mais uma ajuda para ultrapassagens e não será mais definido como tal.

A partir de 2026, os dois estados da aerodinâmica serão conhecidos como modo-X e modo-Z, o que Somerville explicou no anúncio das novas regras.

“O modo-X é a nossa terminologia para o modo de baixo arrasto e que proporciona alta velocidade máxima”, disse ele. “Esse é o estado em que você estaria em uma reta ou saindo de uma curva”.

“À medida que você se aproxima da zona de freada, você entra no modo-Z, que é onde o downforce é necessário para frear e contornar a curva”.

“Portanto, temos esses dois modos que seriam configurados em termos de zonas ao redor da volta e os pilotos poderiam alternar entre eles quando permitido”.

“Podem haver regras esportivas que, por exemplo, impeçam a utilização em condições de chuva, mas caso contrário, esperaríamos que os pilotos tivessem acesso a ambos os modos na pista em todas as voltas”.

A novidade é um sistema equivalente para a asa dianteira. Apesar das asas dianteiras ativas não serem novidade na F1 – a categoria as testou em 2009, mas posteriormente elas foram removidas do regulamento devido à falta de uso – a extensão em que a aerodinâmica ativa da asa traseira afetará os carros de 2026 exigiu sua reintrodução.

“Pelo nosso trabalho de simulação com as equipes e seus pilotos, assim que você tem uma asa traseira que se move para atingir o nível de arrasto desejado, fica claro que precisa ter uma asa dianteira ativa para corresponder às características de equilíbrio”, destacou Somerville.

“Houve certas condições onde os pilotos não se sentiram confortáveis ​​com a dianteira ‘pregada’ demais, significando muito downforce na frente e pouco downforce na traseira. Então, isso nos levou à necessidade de também ter uma asa dianteira ativa”.

Embora o grau em que a aerodinâmica ativa reduzirá o arrasto possa parecer exagerado, é uma consequência da nova abordagem radical que a F1 adotou com a próxima geração de unidades de potência.

Devido ao aumento substancial da potência elétrica e à redução nos métodos de motor mais convencionais, haveria uma perda significativa de velocidade nas retas sem o nível de aerodinâmica ativa adotado para 2026.

“Um dos aspectos da UP de 2026 é a maior dependência da potência elétrica”, afirmou Somerville. “Se você colocasse a UP de 2026 em um carro atual, considerando o nível de arrasto, a energia necessária para impulsionar o carro no ar seria bastante alta e isso não estaria muito bem alinhado com as características da UP”.

“Nós acabaríamos com uma queda acentuada de velocidade nas retas principais típicas. Portanto, o foco aerodinâmico para 2026 tem sido reduzir o nível básico de arrasto do carro enquanto tentamos manter um bom nível de downforce nas curvas, e isso nos levou a uma aerodinâmica ativa”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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