FIA aborda questão da Ferrari após isenção da Audi

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025 às 10:40

Ferrari

A FIA indicou que não está disposta a criar uma isenção no teto orçamentário da Fórmula 1 para a Ferrari depois fazer isso para a Audi.

A partir de 2026, o teto de custos para equipes de F1 aumentará de $135 milhões para $215 milhões, levando em consideração o custo do novo regulamento técnico e a taxa de inflação global.

No entanto, como o custo de vida é mais alto na Suíça, onde a Audi ficará sediada na fábrica da Sauber em Hinwil, um novo aumento deverá ser concedido para a equipe, algo que não agrada as outras nove.

Portanto, isso leva à questão de se a Ferrari, como a única outra equipe não sediada no Reino Unido (antes da chegada da Cadillac), também teria direito a uma isenção no novo limite de custos.

Mas Nikolas Tombazis, diretor de monopostos da FIA, explicou por que tal mudança não acontecerá.

“A situação que influencia os salários entre as equipes é um pouco mais complexa porque você tem de levar em consideração a dificuldade de obter pessoas de outras equipes devido ao que precisa pagar a elas”, disse ele à mídia quando perguntado diretamente se a Ferrari receberia uma isenção.

“Acreditamos que é correto focar nos países com maior custo de mão de obra, que no momento seria a Suíça. Eu diria que na democracia, onde há nove lobos e uma ovelha, acho que você pode ver quem seriam os nove lobos”.

“É claro, queremos ter consenso e democracia, mas é nossa responsabilidade também tentar ser justos, e quando temos oportunidades a cada cinco ou seis anos de fazer ajustes que visam à justiça, talvez dentro da competição da F1, é difícil obter os níveis necessários de maioria entre as equipes para nos apoiar”.

“Vemos que é nossa responsabilidade ser justos, que é o que sempre tentamos fazer”.

Tombazis explicou como a federação chegou à decisão de aumentar o limite de custos da Audi, tendo a justiça para com a equipe como ponto central da decisão.

Ele também acrescentou que a FIA seria transparente com as outras equipes que temem que algo “secreto” possa estar acontecendo.

“Ficou óbvio para nós que os salários e o custo de vida são muito mais altos em certos países. Eu mesmo vejo isso, pois moro em Genebra e sempre que vou a um supermercado, penso nisso”, continuou ele.

“Sentimos que, com um limite de custos aproximadamente igual, uma equipe sediada em um país com alto custo de mão de obra como a Suíça acabaria tendo aproximadamente 30% ou até 40% menos pessoas trabalhando no carro, o que consideramos fundamentalmente injusto”.

“Do ponto de vista do regulamento, isso eventualmente significaria que as equipes não poderiam operar e aquelas como a Sauber precisariam basicamente fechar e se mudar para outro país, o que não achamos ser a maneira correta do campeonato mundial operar”.

“É por isso que há uma alteração no regulamento financeiro para 2026 que vai ajustar os salários que são considerados no teto orçamentário, e acho que é completamente justo”.

“Também planejamos dar um pouco mais de transparência para que as equipes que talvez estejam preocupadas com a possibilidade de algo secreto estar acontecendo sejam convencidas, mas acho que ninguém tem dúvidas sobre a imparcialidade dessa regra”.

 

LS - www.autoracing.com.br

Tags
, , , , , , ,

ATENÇÃO: Comentários com textos ininteligíveis ou que faltem com respeito ao usuário não serão aprovados pelo moderador.