F1 sugere ciclos de regulamento mais longos

sexta-feira, 9 de agosto de 2024 às 9:44

Fórmula 1

Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1, sugeriu uma possível mudança na abordagem da categoria para futuros ciclos do regulamento, com foco em períodos prolongados de estabilidade para manter uma competição acirrada.

As regras atuais com aerodinâmica de efeito solo foram implementadas em 2022 e devem durar até o final de 2025.

Embora as preocupações no início desta temporada estivessem centradas em uma repetição do domínio absoluto da Red Bull em 2022 e 2023, a campanha deste ano vem provando ser muito mais competitiva.

Com o teto de custos e restrições mais rígidas dos testes aerodinâmicos, o pelotão ficou consideravelmente mais acirrado, com sete vencedores diferentes de quatro equipes nas primeiras 14 corridas.

“Estou muito satisfeito porque o que eu disse no começo do ano é exatamente o que está acontecendo, quando todos acreditavam que eu estava dizendo aquilo por razões políticas”, declarou Domenicali ao motorsport.com.

“Isso certamente continuará até o final de 2025. Esse elemento de ação e drama esportivos definitivamente está lá”.

Entretanto, ainda há preocupações quanto ao regulamento de 2026, quando a F1 introduzirá mudanças significativas nas unidades de potência, no design dos carros e na aerodinâmica.

Especialistas temem que isso possa mais uma vez atrapalhar a competição acirrada e a imprevisibilidade que mantêm os fãs entretidos e envolvidos.

Tradicionalmente, os ciclos do regulamento duram apenas quatro ou cinco anos. Domenicali agora está ponderando a possibilidade de estender o ciclo de 2026 para garantir um período mais longo de corridas emocionantes.

“Esse é um ponto: será que agora é realmente o momento de fazer outra mudança radical em 2030?”, argumentou o italiano, reconhecendo a necessidade de avaliar o impacto dos próximos avanços tecnológicos da F1.

“Não estamos em condições de responder hoje porque precisamos esperar para ver como essa nova tecnologia vai chegar e como será desenvolvida”.

“Portanto, chegará um ponto em que precisaremos discutir isso, e temos de entender se a necessidade dos fabricantes, das equipes e da engenharia definitivamente existem como quando foi preciso mudar o regulamento”.

Domenicali destacou duas razões principais para as mudanças de regulamento no passado: manter a F1 na vanguarda da inovação tecnológica e acabar com períodos de domínio de uma única equipe.

“A necessidade de mudança normalmente é colocada na mesa por dois motivos. Um é porque somos o auge do automobilismo e estamos endossando o mais alto nível de tecnologia”.

“A segunda no passado foi bem clara: o objetivo era acabar com um período de domínio dos carros”.

“Mas agora, com os novos elementos do regulamento, teto orçamentário e restrição aerodinâmica, acho que esse ponto não está mais na mesa de discussão”.

Com o teto orçamentário e as limitações na aerodinâmica aparentemente atingindo a meta de equilibrar o grid, o foco mudou.

O avanço tecnológico continua sendo uma prioridade, mas Domenicali questiona a necessidade de uma grande reformulação a cada cinco anos.

“Então, o importante é o desafio tecnológico no futuro”, ele disse. “É relevante que a mudança ocorra em um ciclo de tempo tão curto de cinco anos? Esse será o ponto de discussão”.

 

LS - www.autoracing.com.br

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