F1 – Ricciardo conversou com a Ferrari antes de acertar com a McLaren
quinta-feira, 28 de maio de 2020 às 12:34
Ricciardo lidera Monaco 2018
A Fórmula 1 tocou sua própria versão da dança das cadeiras depois que Sebastian Vettel e Ferrari romperam no início deste mês.
Dias após o anúncio de Vettel em 12 de maio, Carlos Sainz foi contratado para substituir o alemão e, quando a música parou, Daniel Ricciardo, da Renault, estava pronto para assumir o lugar do espanhol de 25 anos na McLaren em 2021.
Em entrevista à Amanda Davies, da CNN Sport, Ricciardo diz que ele estava conversando com a Ferrari até a decisão de ingressar na McLaren. Ao longo de sua carreira, o australiano de 30 anos foi continuamente ligado a uma mudança para a equipe italiana.
“Já houve discussões há alguns anos. E isso continuou até agora”, disse Ricciardo. “Então, sim, não vou negar isso. Mas, obviamente, nunca chegou a ser concretizado”.
Os pais de Ricciardo são descendentes de italianos. Seu pai nasceu na Itália e sua mãe australiana nasceu de pais italianos. Mas ele não sabe por que nunca se juntou à equipe de Maranello.
“Na verdade, eu não sei e nunca escolhi me aprofundar muito nisso. Todo mundo diz que seria um bom ajuste, obviamente, com meu nome e background, mas sim, tento não ser apanhado emocionalmente em qualquer tipo de situação.”
“Vejo como Carlos se encaixa na equipe. Então, eu realmente não vejo isso como ‘por que não eu?’ Eu só olho para ele: Sim, Carlos teve um 2019 muito forte. Sim, ele está quente hoje, e acho que é uma boa opção para onde eles estão.”
Mudança para a McLaren
A pandemia de coronavírus significa que esses movimentos para a próxima temporada foram finalizados antes mesmo de uma corrida em 2020.
A temporada completa de Ricciardo na Renault no ano passado foi o pior desempenho dele na F1 em seis anos, com a equipe terminando em P5 no campeonato de construtores, 54 pontos atrás do P4 da McLaren.
Em sua primeira entrevista desde que seu contrato plurianual com a McLaren foi confirmado, o australiano disse que “pensou muito” na troca.
“Acho que nenhuma decisão é em preto e branco. E na verdade não posso dar uma resposta em preto e branco. Não houve nenhum momento, tipo uma lâmpada que acendeu e disse: ‘Sim, é isso que preciso fazer . ‘Da mesma forma, não há algo que eu vi na McLaren ou não havia na Renault que criou o momento de ‘eu tenho que seguir em frente’.
“As discussões com a McLaren remontam a um ano antes, acho, em 2018, e acho que continuaram com o tempo.”
“Obviamente, não é uma decisão da noite para o dia. Acho também que comparar também as duas, não acho que seja justo”.
O futuro de Vettel
Antes de ingressar na Renault, Ricciardo passou seis anos na Red Bull, incluindo uma temporada em 2014 com Vettel.
Considerando a série de incidentes entre Vettel e o companheiro de equipe da Ferrari, Charles Leclerc, na última temporada, Ricciardo diz que não ficou surpreso que o tetracampeão mundial se separou da equipe italiana.
“Não quero dizer que isso estava totalmente claro, mas alguns desses incidentes tornaram essa notícia um pouco menos traumática.”
Ricciardo não apenas pensa que o alemão de 32 anos quer continuar no esporte, mas também espera que ele o faça.”
“Se eu o conheço bem, acredito que ele ainda esteja com fome e competitivo o suficiente para querer continuar.”
“Além disso, porque ele ainda é mais velho que eu. Portanto, isso não me torna o cara mais velho”, brincou Ricciardo.
“Gosto de Seb. Obviamente, eu o tinha como companheiro de equipe, mas como competidor, ele traz algo para o nosso esporte.”
“Ele é um dos poucos, senão o único, que não está ativo nas mídias sociais, e é uma das pessoas mais bem-sucedidas de todos os tempos no esporte, mas é um dos mais privados. E até isso por si só traz algum mistério junto com ele.”
Morando na fazenda
Durante a pandemia de Covid-19, Ricciardo vive na fazenda da família em Perth, na Austrália, cercadao por ovelhas, vacas e alpacas.
Enquanto ele chama a quarentena de “bizarra”, o garoto de 30 anos também adotou um ritmo mais lento de vida e acredita que isso lhe permitiu reorientar seus objetivos.
“Ainda me vejo sendo um concorrente muito forte por muitos anos e estou ficando mais velho, mas ainda sinto que há muito fogo em mim que só quer competir novamente.”
“Acho que isso foi alimentado mais do que tudo. Sim, porque fica muito solitário na fazenda, o que é legal, mas vou ser sincero, sinto falta dos holofotes, da pressão, do caos da F1 e da competição. Eu quero isso de novo, muito em breve.”

Ricciardo na fazenda perto de Perth – Austrália
Voltando à ação na Áustria
Se o cronograma alterado da F1 se confirmar, Ricciardo deve ter essa sensação novamente em 5 de julho, quando o esporte planeja iniciar uma temporada mais curta com o GP da Áustria.
“Será interessante ver na Áustria onde todos estão, quem está saindo da caixa e quem pode estar mais enferrujado.”
“Obviamente, tenho muita confiança no grid. Obviamente, somos todos experientes e profissionais. Mas espero alguns nervos, provavelmente um pouco de emoção.”
“O que isso significa, eu não sei, se isso pode significar ultrapassagens incríveis e uma corrida louca ou pode significar um tipo caótico da primeira volta da corrida, você terá uma mistura de emoções com certeza”.
Por razões de saúde pública, não é esperado que os fãs participem do primeiro fim de semana de corrida de F1 em 2020. Mas, apesar do que certamente será uma falta de atmosfera, Ricciardo está ansioso para voltar.
“Obviamente, sinto falta. Sinto muita falta. Neste fim de semana serão dois anos desde o meu último pódio. Pessoalmente, estou desejando esse sentimento.”
“Quando assinei com a Renault, o objetivo, acho que até o segundo ano, era subir ao pódio e isso é algo que ainda quero muito fazer. E acredito que isso pode ser feito. Então, sim, seria ótimo para todos os envolvidos.”
“Eu certamente sei que ainda devo muito à Renault e quero fazer isso, não apenas para mim, mas para eles. E depois das notícias, foi realmente muito bom. Recebi muitos comentários positivos de pessoas da equipe.”
“E eu sei que eles estão animados por eu cumprir o resto do ano com eles, tentar fazer o melhor possível e vencer o máximo de corridas possível.”
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