F1 – Max Verstappen vence a primeira corrida de 2021. E depois?

Max Verstappen e Sergio Perez

Por: Adauto Silva

Eu não tenho qualquer dúvida: Se alguém ganhou a pré-temporada, essa equipe foi a Red Bull. Não pelos melhores tempos marcados em todas as situações (volta voadora, long run, com muito sol e com pouco sol), mas pelo carro extremamente bem equilibrado e livre dos problemas fundamentais.

Foi a melhor pré-temporada da Red Bull desde 2013, quando venceram seu quarto título seguido. Nenhum problema, nada quebrou, o carro parece bem mais dócil e o motor Honda parece ser de longe o melhor motor que a Honda já fez na F1.

Verstappen já estava acostumado com um Touro bravo e arisco, mas Checo Perez não. E Checo fez muitas voltas sólidas durante os três dias da pré-temporada, o que é uma forte indicação de que o Touro foi bastante amansado de 2020 para 2021.

Ao contrário da Mercedes, a Red Bull apenas atualizou seu último carro de 2020 – que ganhou fácil em Abu Dhabi – e aparentemente só usou 1 token de atualização na suspensão traseira.

Mas então porque melhorou tanto?
Na verdade, o carro não melhorou tanto por causa de partes novas, mas sim porque a Red Bull finalmente o entendeu completamente e corrigiu grande parte de suas fraquezas, sendo que a principal era sua imprevisibilidade nas entradas de curva, o que o tornava muito arisco e de condução dificílima. Em Abu Dhabi no ano passado o carro já estava bem melhor e isso pôde ser visto pela câmera onboard. A Red Bull chegou a afirmar que se o carro que eles demoraram 12 corridas para entender – muito devido a correlação entre o túnel de vento e a pista – tivesse estreado em 2020 na mesma forma que mostrou em Abu Dhabi, eles teriam disputado e mesmo vencido o título do ano passado.

Com correções aerodinâmicas na asa dianteira com menos carga nas extremidades de fora, sidepod e bargeboard com efeito coanda mais pronunciados para direcionar o ar para baixo, além de um motor mais forte e com melhor dirigibilidade, o RB16B se coloca como o carro a ser batido na primeira corrida de 2021 na mesma pista do Bahrain.

Então já ganhou? Claro que não. Uma coisa é ser favorito, outra totalmente diferente é confirmar esse favoritismo na hora da verdade. A Mercedes nunca pode ser descartada, até porque eles já deram prova disso inúmeras vezes nos últimos 7 anos, período em que ganharam todos os títulos disponíveis da Fórmula 1.

O que muda esse ano é que o regulamento restringe desenvolvimento e dinheiro, então fica mais difícil tirar eventuais atrasos, mas não impossível e não para os Prateados. Restringir é diferente de proibir. O chassi do grande campeão W11 de 2020 é o mesmo do W12 de 2021 e essa é a base que não pode mudar. O erro da Mercedes no W12 pode ser revertido, tendo ela errado aerodinamicamente ou na caixa de câmbio nova e mais compacta. Ou até mesmo na soma dos dois, que é no que aposto minhas fichas.

O que a Mercedes não vai fazer é voltar ao W11 agora, porque aquele carro atualmente perde do RB16B com Verstappen guiando. O que a Mercedes precisa fazer é achar onde errou e as soluções para esse(s) erro(s).

Ela vai encontrar e resolver os problemas? Tudo leva a crer que sim, a questão é quando. O tempo é muito curto para a primeira corrida, por isso eu digo que a Red Bull, mais especificamente Max Verstappen, é o favorito para a primeira corrida. Até já fiz minha aposta no domingo, quando Verstappen pagava bem mais que Hamilton. Hoje, segunda-feira, os dois já estão pagando a mesma coisa, ou seja, 2,62 para cada 1 apostado.

Mas a partir da segunda corrida, que será somente em 18 de abril em Imola, os Prateados, que tem nada menos que Lewis Hamilton, podem se recuperar e teremos grandes chances de ver uma temporada de 2021 das mais acirradas desde 2008 na Fórmula 1.

Eu torço por isso e afirmo que há grandes chances de isso acontecer.

Guarde o link desse texto e me cobre depois.

Adauto Silva
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