F1 – A César o que é de César
segunda-feira, 31 de julho de 2017 às 18:45
Chegada GP da Hungria
Colaboração: N Nakano
Depois de ter trabalhado 27 anos no Japão, 22 deles no automobilismo japonês (Formula Nippon) desde mecânico Junior até engenheiro chefe de pista de inúmeros pilotos, japoneses e europeus, posso dizer que conheço os meandros de como funciona uma equipe de corrida e como trabalha a mente da maioria dos pilotos.
A primeira coisa que posso afirmar é que muito poucos pilotos fariam o que Lewis Hamilton fez no GP da Hungria. A Red Bull já fez isso em Mônaco anos atrás com Daniel Ricciardo e Kvyat, se não me engano. Aquilo foi nobre e Ricciardo mostrou grande caráter, mas a disputa não era pelo título mundial.
Hamilton sabia que devolver o terceiro lugar a Valtteri Bottas em Hungaroring no domingo pode ter lhe custado o título na batlha final da F1 deste ano, mas insistiu que isso era o certo a fazer.
Ele foi aplaudido por fazer isso e com razão. Na briga pela luta de um campeonato, quase nenhum piloto faria isso, ainda mais sendo um campeão mundial, lutando por mais um título mundial e ainda contra um piloto de outra equipe. De fato, Sebastian Vettel mostrou ser implacável em fazer o contrário, ultrapassando Mark Webber na Malásia em 2013, durante o famoso “incidente multi-21”.
Hamilton pode se arrepender quando chegar ao final da temporada e a Mercedes também pode se arrepender de não jogar seu peso todo em seu melhor piloto, como faz a Ferrari tão claramente há tantos anos, mas a Mercedes e Hamilton insistem que não é assim que eles vão competir.
No entanto, um outro resultado certamente será palatável. Com seu gesto, Hamilton pode ter certeza de que, se chegar o momento em que a Mercedes escolha acompanhá-lo completamente na luta pelo título, ele estabeleceu um relacionamento suficientemente bom para garantir a estreita cooperação de todos na equipe, dos carregadores de equipamento aos chefes da equipe.
Mas principalmente de seu próprio companheiro de equipe – que certamente vai recompensá-lo generosamente quando isso realmente importar.
N Nakano
São Paulo – SP
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f1 companheiro de equipe, lewis hamilton
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