Ex-Red Bull crava: Schumacher teria menos títulos mundiais com Senna na disputa

Ayrton Senna

O piloto alemão Michael Schumacher, sete vezes campeão mundial da Fórmula 1, é quase uma unanimidade dentro do esporte. A exceção fica para poucas pessoas, como é o caso de Richard Hopkins, ex-chefe de operações da Red Bull de 2013 a 2015 e campeão com a equipe. Ele concedeu entrevista exclusiva ao SpaceportSweden e revelou que o histórico piloto mudou a sua forma de ser em certo momento e diz categoricamente que ele não teria tantos títulos mundiais se Ayrton Senna continuasse vivo. Ele ainda comentou a chegada de Hamilton à Ferrari, escolha que atribui ter sido totalmente esportiva.

“Não acho necessariamente que o Lewis tenha ido para a Ferrari pelo dinheiro, ele não precisa de mais dinheiro. Tenho certeza de que ele está sendo pago na Ferrari o que estava sendo pago na Mercedes, não há muita diferença. Acho que ele foi lá pelo fator Michael Schumacher, por exemplo. Acho que ele quer marcar uma escuderia grande como a Ferrari, porque todo piloto de Fórmula 1 quer correr pela Ferrari. É a Ferrari. Talvez ele acredite que com sua experiência e sete campeonatos mundiais em seu currículo, ele pode fazer parte de uma mudança na Ferrari como Schumacher foi antigamente, mas eu pessoalmente acho que ele pode ter dificuldades com a cultura da escuderia”, aponta.

Sobre sua relação com Schumacher, com quem trabalhou no início da carreira, ele conta a respeito de uma mudança de comportamento.

“Schumacher parou de me convidar para nosso café de sempre quando começou a ter sucesso, o que é um pouco uma metáfora, eu acho. Schumacher era um indivíduo muito motivado pelo sucesso. Esses caras começaram a correr cedo, nos anos do kart, e já tinham sucesso muito jovens. Mas é muito diferente vencer corridas de kart do que vencer sua primeira grande corrida de F1, depois sua segunda e depois enfrentar Senna e Prost. Ele estava naquele escalão superior, com Senna, e talvez agora falemos sobre Max Verstappen nessa mesma categoria junto com Hamilton”.

Com Senna, Schumacher teria menos títulos mundiais? 

No início dos anos noventa, Richard Hopkins se juntou à mundialmente renomada equipe McLaren. Ele começou a viajar pelo mundo no circuito de Grand Prix como mecânico, onde experimentou o gosto de ser campeão pela primeira vez. Sua função na McLaren o fez trabalhar ao lado de pilotos como Ayrton Senna, Alain Prost, Nigel Mansell, Mika Hakkinen, Fernando Alonso, Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton. Hopkins afirma categoricamente que o brasileiro teria vencido mais títulos mundiais se tivesse vivido mais tempo.

“Acho que Schumacher teria no mínimo um título a menos se o Senna tivesse permanecido vivo. Senna deixou a McLaren, foi para a Williams, então não teria vencido o campeonato em 1994. É de conhecimento geral que Senna, mesmo depois de três corridas, questionava sua decisão de mudar da McLaren para a Williams. Ele teria voltado para a McLaren? Se tivesse, provavelmente não teria vencido um campeonato por alguns anos até que a McLaren se tornasse boa novamente em 97, 98 e 99. Mas se Senna estivesse na McLaren, teria funcionado? Acho que um talento como ele não teria definhado e deixado de vencer campeonatos. Então sim. Ele teria vencido tantos campeonatos quanto Schumacher, ou teria apenas tirado campeonatos dele? Senna venceu três, então talvez ele tivesse vencido mais alguns, o que faria Schumacher com no máximo cinco. Talvez dois que ele teria vencido, seriam dois que Schumacher não teria vencido, então ambos estivessem em cinco e Hamilton estaria com sete”, conclui.