Em final com bandeira amarela, Tony Kanaan, enfim, fatura a Indy 500

Tony Kanaan tomando banho de leite

Finalmente, após tantos anos batendo na trave, Tony Kanaan pode enfim fazer a festa. Faltava alguma coisa na carreira do campeão da Formula Indy (então IRL) em 2004: uma vitória nas 500 Milhas de Indianapolis. Pois agora não falta mais!

Kanaan agora se junta a Emerson Fittipaldi (89), Hélio Castroneves (2001, 2002 e 2009) e Gil de Ferran (2003), como os quatro brasileiros vencedores em Indianápolis. O dia de “filme” teve maior valor levando em consideração o quanto Tony fez para liderar a volta certa. Foram 254 voltas na liderança em todas as suas participações, e agora sim liderando a volta correta.

Kanaan, 12º no grid, foi para as primeiras posições desde o começo, e assumiu a liderança pela primeira vez logo na nona das 200 voltas. Sempre esteve entre os líderes, assumiu durante várias vezes a primeira posição, e saiu de seu sexto e último pit stop em segundo, atrás de Ryan Hunter-Reay (Andretti).

No momento da penúltima bandeira amarela, restando sete voltas, Kanaan era segundo, atrás do atual campeão da Indy. Na relargada, restando três voltas, o brasileiro foi para cima do norte-americano e retomou a liderança. Uma nova bandeira amarela encerrou a prova com a presença do Pace Car, criando um anticlimax para o público, mas fazendo justiça no Indianapolis Motor Speedway.

Quem acertou o muro e “deu” a vitória a Kanaan foi, por ironia do destino, seu grande amigo Dario Franchitti (Ganassi). O escocês era o atual vencedor da corrida mais famosa do automobilismo, mas teve uma atuação extremamente apagada nesta edição.

O estreante Carlos Muñoz foi a grata surpresa do mês de maio. Sempre andando entre os primeiros colocados, o piloto da Andretti liderou em alguns momentos e conseguiu a segunda posição, na frente de dois mais experientes companheiros de equipe: Hunter-Reay e Marco Andretti, que foram figuras constantes na liderança neste domingo. A quinta posição foi de Justin Wilson (Dale Coyne), que veio avançando nas voltas finais e foi o melhor classificado com motor Honda, em uma Indy 500 totalmente dominada pelos carros da Chevrolet.

Hélio Castroneves (Penske) andou quase o tempo todo entre os oito primeiros colocados. Ele chegou a liderar brevemente entre a 145ª e a 146ª volta, mas acabou mesmo em sexto, sem ter lutado de forma mais efetiva pela vitória. A outra brasileira, Bia Figueiredo (Dale Coyne), chegou em 15º.

AJ Allmendinger (Penske), que liderou um bom número de voltas, tinha uma tática ligeiramente diferente dos demais, parava algumas voltas antes nos boxes, e no final acabou em sétimo. Simon Pagenaud (Schmidt), Charlie Kimball (Ganassi) e o pole position Ed Carpenter (Carpenter), outro que liderou um bom número de voltas, completaram os dez primeiros.

A 97ª edição da Indy 500 teve um número recorde de 68 trocas na liderança, totalizando 14 pilotos diferentes. Em relação a bandeiras amarelas, foram poucas, apenas cinco, duas delas nas voltas finais e decisivas para o resultado.

A primeira delas foi causada por JR Hildebrand (Panther) logo na quarta volta, em uma batida de traseira no muro da curva 1. Na 35ª, Sebastian Saavedra (Conquest) ficou no muro após disputa com EJ Viso (Andretti). Na 57ª, Takuma Sato rodou sozinho na saída da curva 2, algo parecido com o que aconteceu com Graham Rahal (Rahal Letterman Lanigan) na 194ª. O acidente de Franchitti encerrou o dia.

A Formula Indy tem uma pausa de apenas uma semana. Nos dias 1º e 2 de junho, a categoria terá rodada dupla nas ruas de Detroit, válida pela sexta e sétima etapas.

Classificação da prova: