Datas de expiração de contrato: Um guia para contratos de pilotos de Fórmula 1
quarta-feira, 15 de maio de 2024 às 11:43A Fórmula 1 é enormemente popular no Brasil, que liderou o ranking mundial de audiência televisiva por muitos anos. Mesmo sem ter um piloto brasileiro na ponta do grid, a audiência por aqui ultrapassou mercados tradicionais, como Alemanha, Reino Unido e Itália.
Além disso, a Fórmula 1 está entre os cinco esportes mais procurados em sites de apostas esportivas no país. Para os que são daqueles fãs que acompanham cada corrida de olho no mercado de pilotos de Fórmula 1 e em outras apostas, precisam conhecer como funcionam os contratos e trocas de equipes neste esporte.
O ano de 2023 foi um ano devagar para novos contratos, em um dos esportes mais velozes do mundo. Apenas um piloto precisou revalidar seu contrato: Logan Sargeant, da Williams. Já não se pode dizer o mesmo de 2024, com 14 pilotos com datas de expiração de contrato para o final da temporada.
A dança das cadeiras vai envolver as equipes Aston Martin, Red Bull, Ferrari, Alpine e Haas. Os pilotos da Mercedes, George Russell e Lewis Hamilton, têm contratos até 2025, enquanto os da McLaren, Lando Norris e Oscar Piastri, devem permanecer na equipe até 2025 e 2026, respectivamente. Max Verstappen, da Red Bull, está garantido na equipe até 2028.
No entanto, nem sempre as palavras do contrato garantem o futuro de um piloto. Lewis Hamilton vai sair no final deste ano da Mercedes e correrá já em 2026 pela Ferrari. Max Verstappen, um dos grandes F1 drivers’ champions, com três campeonatos, pode não permanecer na equipe por tanto tempo. Tensões internas na escuderia, como investigações sobre supostas irregularidades cometidas por Christian Horner e a ameaça de demissão do conselheiro, Helmut Marko, geraram bastante insatisfação no tricampeão e seu pai, Jos Verstappen.
Max Verstappen chegou mesmo a afirmar que abandonaria a equipe caso Helmut Marko fosse mandado embora. Enquanto seu pai teme que as investigações sobre “comportamentos inapropriados” de Horner acabem por “despedaçar” a equipe. No entanto, Marko também está sob investigação por suposto vazamento de informações para veículos de comunicação.
Restrições Legais e Termos Adicionais
Romper um contrato de Fórmula 1 envolve mais do que dinheiro e não depende apenas da vontade dos pilotos. Na maioria das vezes, é necessário que a própria rescisão esteja definida em contrato, bem como as condições para a rescisão. Normalmente, estes termos envolvem cláusulas de desempenho, onde as equipes podem demitir F1 pilotos que não batam as metas estipuladas, ou quando o carro não está à altura do acordado.
É possível também encontrar cláusulas que permitem a rescisão em caso de mudança nos cargos de comando da equipe. Este é o caso de Max Verstappen, o que significa que ele pode de fato sair, caso Marko seja mesmo demitido. Vale lembrar que esta cláusula não fazia parte do contrato original, assinado em 2022, e foi adicionada posteriormente.
A cláusula acabou sendo acionada unilateralmente por Verstappen e Marko, sem o conhecimento de Christian Horner. Embora curioso, o movimento pode não ser ilegal: Marko é o conselheiro da equipe e ninguém sabe se ele pode responder por ela em questões contratuais. Entretanto, por enquanto a equipe não divulgou mais detalhes sobre a questão.
Quem acompanha as corridas e as apostas F1 pode imaginar o tamanho da encrenca, que confronta um tricampeão mundial com uma das melhores equipes da atualidade. Com a ameaça de saída de Verstappen, equipes rivais como Aston Martin e Mercedes já parecem sondar o piloto holandês.
A Importância dos Empresários
Não são apenas pilotos e diretores de equipe que participam da elaboração dos contratos. Os empresários destes pilotos também desempenham um papel importantíssimo, como mediadores e garantidores dos direitos de seus atletas. Raramente, uma negociação entre escuderias e pilotos acontece sem a presença de um empresário, sendo Lewis Hamilton um dos poucos exemplos hoje.
Recentemente, Nicolas Todt, empresário e filho de Jean Todt, presidente da FIA, foi o principal artífice da contratação de Charles Leclerc pela escuderia mais popular da F1: a Ferrari. Segundo rumores, o salário anual acordado entre as partes pode ultrapassar os EUR 8 milhões.
Também é comum que empresários invistam em pilotos das categorias de base, como a F3, em troca de uma porcentagem dos ganhos dos atletas, quando chegarem à F1. Valtteri Bottas e Fernando Alonso são alguns dos exemplos mais relevantes. Assim, os empresários desempenham um papel fundamental em novas contratações, já que precisam também reaver seus investimentos. Segundo Toto Wolff, atual diretor da Mercedes F1, os custos de uma temporada na F3 podem chegar aos EUR 800.000.
Temporada da Euforia
Se praticamente não houve novidades no grid para a temporada 2024, o mercado promete ficar agitado para o próximo ano. Para o chefe da americana Haas, Gunther Steiner, os primeiros movimentos devem acontecer logo cedo neste ano.
Steiner tem motivos para aguardar a próxima janela com ansiedade. Os contratos de ambos os pilotos da equipe expirarão no final deste ano. Além disso, as escuderias devem começar suas sondagens bem cedo, a fim de garantir a contratação dos melhores pilotos. O diretor da Haas, uma equipe com orçamento relativamente baixo, considera ainda que ao buscar pilotos muito cedo, arrisca-se pagar mais caro, ao passo que se esperar demais, a equipe pode acabar sem ninguém.
Cabe ressaltar que a janela de transferência Fórmula 1 não tem nada a ver com a de futebol, por exemplo. Não há um período formal para transferências e novos contratos são assinados na medida em que antigos expiram. O período de transferência, chamado na F1 de “estação da euforia”, costuma acontecer durante o mês de agosto, mas novos contratos podem ser assinados a qualquer momento do ano.
Normalmente, os contratos duram até o fim da temporada e quebrá-los pode custar caríssimo para ambas as partes. Por este motivo, raramente se vê pilotos trocando de equipe ou sendo substituídos no meio da temporada. Porém, segundo uma das lendas do esporte, Jacques Villeneuve, “na F1, contratos foram feitos para serem quebrados”. A frase, tanto célebre quanto amarga, foi dita quando Villeneuve foi removido da Williams no meio da temporada e substituído por Robert Kubica.
A duração da maioria dos contratos é baseada no número de temporadas, em acordos que podem chegar a vários anos, como no caso de Verstappen. Mesmo assim, o mundo da F1 inteiro está vendo que nem isso é capaz de garantir a permanência de um piloto insatisfeito por muito tempo. Talvez por este motivo, atualmente, pouquíssimos contratos duram mais do que três temporadas.
Reta Final
A temporada 2024 promete ser bastante agitada no mercado de pilotos. São 14 nomes disponíveis para contratação, e várias transferências já foram confirmadas. Sem dúvida, uma das mais badaladas foi a de Lewis Hamilton, que deixou a Mercedes pela arqui-rival, Ferrari, em 2025. O anúncio foi feito antes mesmo da temporada 2024 começar. Até o momento, a Ferrari, a McLaren e a Aston Martin estão entre as poucas equipes já fechadas para 2025.
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