“Cultura da culpa” estava matando a McLaren

Bernadette Collins

A ex-estrategista de corrida de Fórmula 1 Bernadette Collins esclareceu que a “cultura da culpa” estava matando a McLaren em seu tempo lá.

Collins iniciou sua carreira na F1 na McLaren e trabalhou em estreita colaboração com o ex-campeão mundial Jenson Button, antes de trabalhar com Sergio Perez e Sebastian Vettel, primeiro na Force India, depois na Aston Martin, quando a equipe foi assumida por Lawrence Stroll.

Ela está acostumada a gerenciar grandes personalidades – mas esse não foi o problema que encontrou na McLaren.

“Acho que a McLaren estava passando por um mau momento político quando saí”, disse ao podcast Beyond the Grid. “Não percebi o quanto não estava gostando de fazer parte da equipe de pista da McLaren até sair. Havia pressão demais na McLaren.”

“Era mais político naquela época, mudou 100% agora, posso ver isso nas pessoas na pista – é uma cultura diferente de como era então.”

Encobrindo erros

Depois de explicar que na Aston Martin, quaisquer erros de estratégia eram discutidos posteriormente com a equipe se unindo para tentar ser o melhor que podiam, Collins foi muito rápida em apontar a diferença entre aquela configuração e a da McLaren.

“Havia muito mais uma cultura de culpa quando tudo dava errado, em vez de descobrirmos por que deu errado e garantir que não acontecesse novamente”, disse.

“E isso acontecia com todos os mecânicos e em todo mundo, era muito mais do tipo ‘Oh, vamos encobrir esse erro e esperar que ninguém descubra’, então era uma cultura muito diferente.”

Naquela época, a McLaren estava lutando com um carro de baixo desempenho – e vinha retrocedendo no grid há algum tempo.

Suas lutas continuaram após a saída de Collins, com a equipe apenas começando a mostrar vislumbres de uma forma genuína de vencer corridas na última temporada, graças à mudança de cultura, que possibilitou avanços enormes do carro de Lando Norris e Oscar Piastri.