Como a Ferrari deu a volta por cima na corrida em Zandvoort

Charles Leclerc

Após as férias de verão, a Ferrari retornou à pista no GP da Holanda em Zandvoort sem atualizações. Os treinos livres e a classificação foram bastante decepcionantes, com um SF-24 que mostrou limitações muito claras. O que ninguém esperava, no entanto, era ver o desempenho muito acima do esperado na corrida.

Charles Leclerc terminou no último degrau do pódio, cerca de três segundos atrás de Max Verstappen, que foi P2. Carlos Sainz foi P5, dando à Ferrari uma boa quantidade de pontos, inesperadamente.

Atualmente, a Ferrari está 24 pontos atrás da McLaren no campeonato de construtores com 370, e 64 pontos atrás dos atuais líderes, a Red Bull. A Mercedes está em P4 com 276 pontos. A ordem final dos 4 primeiros nesta batalha ainda é imprevisível, especialmente após o desempenho chocante da Ferrari na corrida de Zandvoort.

Nenhuma atualização para a Ferrari em Zandvoort

Antes de analisarmos a corrida na Holanda, precisamos dar um passo para trás. O SF-24 não funcionou bem com as últimas atualizações trazidas antes das férias de verão. O pacote Barcelona estreou na Hungria e Spa depois que a Ferrari decidiu sacrificar a Áustria e Silverstone. Isso foi para tentar entender por que as atualizações não funcionaram. Eles então decidiram arriscar mais, sacrificando algumas corridas para tentar entender os caprichos do carro. Em Zandvoort, a Ferrari decidiu não trazer qualquer atualização porque não queria correr o risco de repetir um “Barcelona 2.0”.

O que funcionou e o que não funcionou na Holanda?

Deve-se levar em conta que a Ferrari foi mais lenta que a McLaren, a Red Bull e a Mercedes em todos os setores. Isso porque o SF-24 não era adequado para a pista, especialmente as curvas de média velocidade. Um sinal de que faltava equilíbrio aerodinâmico.

Com as atualizações trazidas anteriormente, um grande problema reapareceu: os quiques. Isso forçou a Ferrari a dar dois passos para trás e reavaliar a situação. Desde então, o problema dos quiques desapareceu. Isso porque a Ferrari elevou o carro mais alto que os outros na pista para limitar os quiques. No entanto, isso foi um motivo pelo qual eles perderam desempenho.

A recuperação da Ferrari na corrida

A estratégia de Charles foi fundamental para tomar a posição sobre Oscar Piastri, da McLaren. O undercut foi colocado em prática muito bem. Outro fator que certamente influenciou o pódio de Charles Leclerc é que Piastri ficou muitas voltas próximo à Ferrari do monegasco e por isso seus pneus deterioraram mais do que deviam. No geral, a Ferrari se saiu muito bem na corrida graças principalmente a baixa degradação dos pneus. E essa foi a principal qualidade no acerto do carro que ambos os pilotos conseguiram controlar muito bem.

Previsões para Monza

A Ferrari já anunciou que trará um grande pacote de desenvolvimentos para Monza. Eles tentarão o “tudo ou nada” para as pistas subsequentes, o que devem ser a seu favor, como Baku e Singapura.

Um dos fatores que mais impressionaram as equipes este ano, exceto a McLaren, são as correlações de dados entre simulação e pista, que nem sempre são as mesmas. Dados diferentes trazem valores diferentes, escondendo assim um salto potencial em um pacote que poderia trazer grande desempenho ao carro.

Poderemos ver os pilotos da Ferrari disputando o pódio de forma mais consistente nas corridas restantes da temporada de Fórmula 1 de 2024?