Berger critica o espetáculo da F1 atual

Fórmula 1

Gerhard Berger acredita que a Fórmula 1 não é mais o espetáculo que já foi.

“Sim. Nós temos um período um pouco difícil na F1”, declarou o austríaco, ex-piloto da McLaren e Ferrari, ao site motorsport-magazin.com. “Estamos vendo uma Mercedes muito dominante. É claro, se alguém fez seu dever de casa e tem uma boa performance, eles merecem respeito e devem ser recompensados”.

Mas ele também acha que a categoria perdeu parte da emoção do passado.

“Na minha época, não ficava claro após a primeira curva quem venceria a corrida. Em condições normais, com (Lewis) Hamilton ou (Nico) Rosberg na frente depois da primeira curva, um deles vencerá a prova. Na minha época, você ficava sem combustível, a caixa de câmbio quebrava, o motor de outro piloto estourava. Era imprevisível”.

E Berger explicou que existem outras razões para o espetáculo mais tedioso da F1 atual.

“Os erros de pilotagem custavam caro na minha época. Você batia nas barreiras ou pelo menos ia para a caixa de brita. Hoje, as áreas de escape são pavimentadas, e se você tiver sorte, nem sequer perde uma posição quando retorna à pista”.

Berger também criticou os carros atuais.

“Nós tínhamos 1300 ou 1400 hp sem transmissões automáticas, eletrônica ou a aerodinâmica de hoje. Era como estar montado em uma bola de canhão. Agora, os motores têm 850 hp, e você também vê carros esportivos nas ruas com a mesma potência, talvez mais. E tudo é muito estável com a aerodinâmica atual”.

O austríaco agora vê a MotoGP como o único palco para os verdadeiros heróis do esporte a motor.

“Quando vejo aquelas corridas espetaculares com 270 hp e motos de 160 kg, sabemos que é como estar montado em uma bola de canhão. Na F1, o piloto precisa voltar a ser o fator determinante, de modo que só três, quatro ou cinco deles consigam dominar os carros”.