A Hora da Verdade
segunda-feira, 2 de março de 2015 às 13:46
Largada GP da Austrália 2014
Colaboração: Flávio Peres
Apertem os cintos! O próximo destino, Austrália, está muito próximo. E a temporada que se aproxima promete. Claro que a Mercedes é a grande favorita. Que, em condições de treino, vai sobrar e fazer a primeira fila. E o desempenho brilhante da pré-temporada a habilita para a vitória em Melbourne. Mas algo chama a atenção: ano passado, os pilotos da equipe campeã somente faziam “jogos mentais” entre si; agora, de cara, vemos uma preocupação de marcarem território com declarações públicas, de que vão vencer, que o carro é excelente e ainda pode melhorar muito. Eles vão, sim, dominar amplamente as quatro, cinco primeiras corridas. Mas talvez não vencer a primeira, porque a primeira prova envolve sempre uma mística de indefinição (mesmo para grandes favoritos), o “sobrenatural de Almeida” – como bem definia Nélson Rodrigues.
A Willians, também de motor Mercedes, conseguiu resolver seus problemas do ano passado, e agora tem um carro com mais tração e mais estável em curvas de alta, mantendo o baixo arrasto aerodinâmico e suas incríveis velocidades máximas. Bottas anda exultante com o carro confiável e competitivo que a equipe fez. Felipe Massa parece tranquilo e confiante, para aproveitar toda a sua experiência e explorar a bela máquina da melhor maneira. A Red Bull ter reconhecido a solução aerodinâmica do bico da equipe de Grove (e já o experimentando na equipe satélite Toro Rosso) foi um elogio imenso, haja vista que Newey – e agora seus discípulos – costumam ser copiados e não copiar. Existe possibilidade de uma vitória, em algum dos circuitos de alta (ou mesmo enquanto zebra em Melbourne) para a Willians.
A Red Bull e a Toro Rosso estão jogando – e bem – juntas. Pra começar a lealdade e consideração da equipe para com a Renault, com quem conseguiu 04 (quatro) títulos recentes é comovente, em se tratando de F1. E a Renault já anunciou que consumo de combustível não vai ser problema este ano. O principal problema está resolvido e a unidade de potência vai ser mais desenvolvida e vai alcançar maior eficiência durante o ano. O carro da Red Bull é excelente e precisa só de mais potência. Deve conseguir vitória em algum dos circuitos de baixa (ou mesmo enquanto zebra em Melbourne). O carro da Toro Rosso foi reconstruído durante a pré-temporada e é novo, de maneira que é uma incógnita, mas parece ter incorporado – ainda que de maneira tardia e como “ensaio de laboratório” – as melhores soluções das outras equipes. Pode dar caldo. Estou absolutamente surpreso que Sainz tenha colocado tempo em Verstappen em Barcelona. Max é uma criança e vai precisar ser protegido, para não termos o seu talento desperdiçado.
A Ferrari e a Sauber melhoraram bastante. Claro, a Ferrari tem dinheiro e uma estrutura fantástica, além de dois campeões mundiais que vão ajudar fazer a “machina” avançar durante o ano e conseguir sua vitória e um campeonato honroso. Vejo a Ferrari – em condições de corrida – um pouco atrás de Willians e Red Bull nas 03 (três) primeiras provas, mas evoluindo muito depois. Mas, porque essas 03 (três) equipes vão estar bem emboladas durante essas provas iniciais (nos treinos estarão à frente da Red Bull), trabalho de equipe e estratégia e mais capacidade de piloto vão contar muito. A Sauber fez um carro confiável e os cavalinhos a mais do “motor” Ferrari, permitem a Felipe Nasr a sonhar por pontos. O jovem brasileiro talhou-se devidamente para chegar à F1 e vai precisar usar tudo o que sabe, para vencer a bela luta entre Sauber, Lotus, Force Índia e Toro Rosso (esta última é a melhor dessas equipes intermediárias, mas seus meninos podem atrapalhar-se um pouco – o que seria uma chance e tanto de vitrine para Nasr).
A McLaren é um capítulo à parte. Já sabendo que sofreriam no início do ano com o desenvolvimento da unidade de potência da Honda, aproveitaram, arriscaram e também fizeram um carro ousado e revolucionário – o que parece ser a melhor medida para construir uma virada de página na categoria, ano que vem. Estão muito atrasados no desenvolvimento, é verdade, mas estão no caminho certo! O carro não tem problemas de aerodinâmica e nem de arrefecimento (o que comprometeria seu desenvolvimento durante o ano), de maneira que podem vir a fazer um bonito nas provas finais do campeonato (Suzuka?).
A sorte está lançada! O coração já bate mais forte, e, o maravilhoso país australiano já conta com a nossa atenção para o início da festa da F1 em 2015.
Flávio Peres
Poços de Caldas – MG
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